segunda-feira, 22 de março de 2010

A compulsão vence (que merda)!




Putzgrila!


Que grande merda!


Ô meu lindo, neste momento, saber que você pode ler isso aqui me deixa envergonhada!!! Muito. Mas, se quiser ler, não há segredo.


Mas preciso desabafar senão vou enlouquecer.


Tá, não vou enlouquecer nesta bosta, mas estou tão irritada!


Deus do céu, se vergonha matasse eu não estaria aqui para desabafar.


Eu e essa bosta de compulsão.


Fiz tudo certo, me mantive alerta, tomei cuidado, segurei no momento mais difícil: a loja e seus truques. As funcionárias e os seus:


- Mulher, fiz duas tortas novas e uma tortinha de nata, prova! As meninas provaram e está uma delícia...


E eu:


- Ô gente, obrigada, mas hoje eu não quero, hoje não.


E elas:


- Ai Mulher, então se você está de dieta, está certo.


E completam na minha frente:


- Fulaninha, o que você achou da massa?


- Ai, ficou uma delícia!


E eu seguro a onda, esperta, tomo mais uma coca zero com gelinho e penso: só mais um pouco e estarei em casa, livre desse lugar de perdição, onde querer bem significa oferecer comida.


Chego em casa, bem bonitinha, e penso: que massa, venci, que alívio!


E vem as 4 horas da tarde, e eu me esqueço de me proteger dela. E ela traz uma vontade enorme de comer alguma coisa doce. E não poderia ser nada diferente daquelas tortas novas, obviu!


E a loja fica ali, tão pertinho... e como as meninas me querem bem, basta pedir por telefone que nem preciso me dar ao trabalho de ir até lá. Ô que lindo, comer uma tortinha deliciosa nesta tão linda segunda-feira!


E quando vi, a merda já estava feita! E para celebrar a vergonha, aí vai o que aconteceu:


Estou eu, a mulher gorda e feia, comendo as delícias que pedi por telefone, comendo escondido, claro, e quando estava na terceira ou quarta garfada, já pensando em como era ruim ter cedido, já pensando que havia sido enganada pois as novidades não são tão deliciosas assim, quando acontece o inesperado: minha filha entra no quarto sem bater!


Ô meu Deus, se o chão pudesse se abrir e eu me esconder nele!


Culpa, vergonha, tudo misturado aflora de uma só vez!


Olha para mim e diz, num tom que é metade censura, e a outra metade ironia e galhofa:


- Bonito heim Dona Mulher?


E acrescenta:


- Me dá um pedaço? Eu ia ligar para lá pedindo um pedaço da torta nova.


E eu, já refeita do susto e ainda me arrependendo da besteira que tinha feito, digo:


- Vá buscar um prato e um garfo. Mas, por favor, aprenda a bater na porta antes de entrar, porque eu estou num momento do qual já estou arrependida, mas com certeza eu não queria compartilhar com você.


Ela sai com cara de chateada e irritada pelo fora, eu me sinto uma merda por ter comido besteira.


Não dá 15 minutos ela bate na porta perguntado se pode tomar banho no banheiro do quarto. E digo a ela que entre.


E acrescento:


- Filha, por favor, quando você quiser entrar no meu quarto bata na porta!


- Você me pegou num momento em que eu senti vergonha. E pior: você agiu igualzinho a mim. Começou o dia comendo tudo certinho, na hora do almoço já comeu torta e agora comeu torta de novo e ainda tomou o nescau prontinho que tinha resistido de tomar de manhã.


- Você é linda, filha, não destrua isso agindo igual a mim.


E ela, terrível:


- Hum, Dona Mulher, dê exemplo para sua filha! Me mostre como agir!


E eu:


- Mas né fogo!? Tu não sabe agir por si só não?


E a vida, de repente, volta à rotina de sempre com ela dizendo:


- Mainha, tou no banheiro, por favor, me arranja alguma coisa para eu ler!...


É isso, momento de uma comedora compulsiva! Nestes malditos instantes, fico até com dúvida se há recuperação!


Já agora, já terminando de escrever, com a raiva, a vergonha e a frustração já passando, resolvo que vou fazer bicicleta ergométrica. Mesmo com a besteira que fiz não vou perder o dia inteiro!


Adiante.


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