sexta-feira, 18 de junho de 2010

Final do folhetim aniversário de merda


Recebi o pedido de desculpas. Eram quase 23h.

Já estava com 1 miligrama de rivotril para dormir em paz e pesada pela tristeza.

Chorei que raiva, tristeza, decepção, tudo misturado. E graças a esses dois ingredientes, choro de desabafo e rivotril, apaguei até hoje de manhã.

Ele pediu desculpas sinceras. Finalmente entendeu que eu não queria uma vírgula a mais do que ele já me dá, que eu queria apenas alguma ação fora do convencional, um gesto que me mostrasse que o dia do meu aniversário era especial para ele.

Pediu desculpas por não ter entendido, por não ter se mexido, por achar que eu saber que ele me ama é o bastante no dia do meu aniversário, por aprofundar demais um simples pedido, achando logo que eu queria alguma coisa impossível, ou que eu queria a sua alma, pois amor ele me dá.

Afinal, ele entendeu.

Que eu não queria porra de dvd, não queria porra de telefonema no horário conveniente, muito menos visita com hora marcada e saída como se estivesse louco para ir embora.

Grande merda. Grande, grande bosta.

Ainda estou irritada, sem vontade de vê-lo. Magoada.

Passarei o dia hoje tentando deglutir isso, tentando esquecer, para de noite estar a Mulher de sempre.

Só sei de uma coisa, mais uma vez, aliás, mais de trocentas vezes, ouço minha consciência falando: quem muito se abaixa o fundo das calças aparece.

Hoje haverá um café da manhã, lá no trabalho, para comemorar os aniversários, o meu e o de outra funcionária. Aproveitarei o dia.

Quanto ao meu noivo, basta. Basta de dar a ele tanto poder sobre o meu ânimo.

Por hoje, eu me basto.

Por hoje, não vou procurá-lo. Por hoje darei a ele apenas o que posso: a minha certeza interior de que eu o amo. Sem gestos ou ações.

E isso não será nenhuma ridícula vingança. Hoje, é tudo que tenho para dar.

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