sábado, 21 de agosto de 2010

Que diabo está acontecendo comigo?
Estou tão desanimada! Morgada, tristonha, disposta a brigar, sem vontade de estar e ao mesmo tempo fazendo tudo para estar sozinha. Estou me sentindo esquisita, infeliz. Eu e meu mundo não estamos no lugar.
No fundo sei que estou puta da vida porque estou comendo besteira, porque toda a minha auto-confiança foi ralo abaixo, porque estou me estindo feia, gorda, desengonçada, mal amada, e tudo mais que possa existir para acabar com o ego e o alto astral que um dia tive.
Há algumas semanas que mal consigo olhar para meu irmão, e acho que demorará muito tempo antes que eu consiga vê-lo perto de mim sem sentir mal-estar.
Ele teve um caso, ou seria namoro, com uma colega minha que é galinha até dizer basta. Nada contra esse jeito dela, esse sempre foi seu modo de ser, encaro que da mesma forma que existem homens volúveis e promíscuos, também existem mulheres volúveis e promíscuas, nada do outro mundo. Só que ela, assim como os homens desse mesmo tipo, sempre diz que os homens dizem que ela é linda, maravilhosa, a melhor coisa que aconteceu em suas vidas e por aí vai.
Eu já me acostumei com essa cansativa e mentirosa ladainha de auto-promoção, pois a verdade nua e crua é maior que qualquer palavra, e ela sempre acaba sendo mal tratada, ou tratada da mesma forma com que se comporta.
E ela tem um péssimo hábito de falar de suas relações, de ridicularizar os detalhes dos homens com quem já dormiu.
Nós temos uma amiga em comum, e essa amiga veio me contar que ouviu dela que ela ficou chateada com meu irmão porque ele disse que eu tenho mais é que trabalhar na loja no sábado mesmo, pois eu tenho que pagar tudo o que meus pais gastaram com a minha filha até agora.
Isso está me remoendo, me magoando.
Sei que é verdade que tive minha filha muito nova, e que não tinha estabilidade financeira alguma, e que isso é, de certa forma, verdade. Só que já paguei tanto por isso! Nas férias da faculdade eu me enfurnava na loja. À noite não tinha quem ficasse com minha filha, meus pais não moravam conosco e diziam que não dormiriam com ela, e a empregada não dormia em casa, então praticamente não saí, dos 23 aos 32 anos.
E esse puto vadio vai conversar sobre isso com uma rapariga, que conta para outra pessoa, que então me conta?
Filho duma puta! (não estou ofendendo a minha mãe, apenas desabafando).
Ele mal estuda para concurso, ou faz de conta que estuda, está perdido no que quer e em que caminho irá tomar. Ele tem 36 anos. Não é um monstro, também tem, as vezes, momentos de bondade. Mas a verdade é que ela estuda mal, trabalha na loja mal e pouco, umas três, no máximo quatro horas por dia. Só consegue ser sempre bonzinho e sorridente para o povo da rua. Ou seja, é um merda em fatia. (lembre-se de que eu posso esculhambar o quanto quiser, você, não).
Hoje cheguei na loja às seis horas para fazer as encomendas. Depois saí para entregar e ao mesmo tempo ir ao aniversário. Sempre com a sensação de estar apenas resolvendo coisas. Sempre com a sensação de que a vida é só uma merda de resolver coisas.
Meu noivo estava ao meu lado, me ajudou a levar as coisas e foi ao aniversário comigo. Ele até tentou, muito pouco, é verdade, mas tentou me melhorar. Não conseguiu, então, comodamente ficou na sua casinha para dormir e ficar sozinho e usar a internet. Pois que assim seja.
Quando ele precisa de ajuda eu num instante chego perto, não acho que simplesmente tenho que me afastar.
Cada um age conforme é capaz, paciência. E eu não posso cobrar. Isso é injusto, sei disso.
Cheguei do aniversário uma hora, ainda teria que trabalhar na loja, mas quando cheguei estavam painho e, surpresa: meu irmão, trabalhando lá.
Almocei e quando terminei painho tinha ido cochilar na rede do escritório e meu irmão estava trabalhando.
Deixei ele lá (sensação de satisfação, um tico doentia, eu sei) e vim embora dormir.
Acordei e resolvi escrever para tentar encontrar uma forma de desenrolar tanto sentimento ruim.
Então, é isso, é esse caldo de mágoas e falta de controle sobre a comida que estão me maltratando, e pior, com o meu consentimento, ou com o meu descontrole.
... Hoje à tarde meu pai veio me perguntar o que que eu tinha.
... Hoje à noite, mesmo demonstrando frieza, meu irmão veio bater na porta do quarto para dizer que o jantar estava na mesa.
... Agora minha filha, que estava numa reunião de amigos e cujo paquera não foi, ligou para perguntar se poderia sair comigo e com meu noivo. Eu nem sei se o verei hoje.
... Eu fui lavar a louça do jantar e meu pai chegou junto dizendo que podia deixar que ele lavava.
Ou seja, enxergo que há vida nesse mundo de resolver coisas que eu estou enxergando, enxergo que as pessoas se preocupam comigo e que eu estou muito diferente do que sou normalmente, mas agora não consigo me mexer! Puta merda!
Péra, Mulher, racionaliza, racionaliza!!!
- Vou tentar.

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