domingo, 5 de setembro de 2010

Solidão

Há muito tempo que não sinto isso. Inquietação. Medo. Solidão.
Ontem à noite eu pedi para que ele viesse aqui para conversarmos. Ele veio, tentou fazer as pazes, me ouviu.
Não consegui reverter a minha indignação e raiva, na verdade, tudo fruto do medo de perdê-lo. Eu o provoquei até que, de madrugada, com toda razão ele quis ir para casa.
Hoje levei a minha filha para estudar no apartamento da minha irmã, conforme eu havia combinado com ela, para que nós pudéssemos viajar. Minha filha foi satisfeita, será a primeira experiência dela de ficar sozinha numa casa, deixei ela lá satisfeita da vida e cheia de comidinhas gostosas.
Voltei para casa. Minha família está toda nos esperando lá na praia. Telefonei e disse que achava que não iríamos hoje de manhã, perguntaram se não dava para chegarmos para o almoço, eu disse que não, que as coisas aqui tinham se complicado. Como foi meu pai que atendeu o telefone, ele sempre me entende e aceita o que digo, sem ser indiscreto ou perguntar pormenores. Fiquei de avisar se fôssemos.
Sei que meu noivo tentou de todas as formas reverter a situação. Eu também tentei aceitar, mas não deu, ontem isso foi mais forte que qualquer boa vontade que tive.
Agora me vejo numa situação em que nunca estive, pedindo atenção, esperando, esperando, esperando.
Estou com medo, estou me sentindo muito, muito sozinha.
Sempre acreditei que, de uma forma ou de outra, sempre poderia contar comigo mesma. E hoje amanheci sem mim. É um medo e uma sensação terrrivelmente desconcertante.
Ele é seguro de si. Acho muito difícil que venha até mim novamente hoje.
Não sei o que fazer.
Procuro a minha força, a auto-sustentação que sempre tive em mim mesma. Ela não está aqui.
Não tenho barreiras para me proteger dele, de sua indiferença. Me sinto isolada, sozinha.
Tenho frio.

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