quarta-feira, 17 de novembro de 2010

O acerto



Conversei com minha filha, nos entendemos. Isso trouxe uma reconfortante tranquilidade.
Chegamos à conclusão de que eu ando explosiva e ela, se tranca em si mesma e não demonstra os sentimentos.
Concordamos que somos diferentes na forma de reagir.
Eu penso pouco, explodo com o que acho que entendi e, por outro lado, no instante seguinte volto atrás e tento fazer as pazes.
Ela pensa antes e argumenta mais, mas depois de emburrada demora muito mais que eu a tentar a paz, a se explicar melhor sobre o que quis dizer.
Ela me mostrou que é verdade que eu ando sendo mais mãe e deixando de ser amiga dela, não havia percebido isso. De fato, deixei de confidenciar meus assuntos a ela e não havia percebido isso. Sei que nossa conversa é muito recente, mas tenho tomado cuidado e estou atenta para que isso não aconteça mais.
Minha filha sempre, sempre, me ouviu e foi minha amiga, sem que com isso deixássemos de ser mãe e filha. Abri os olhos, agora estou atenta para permanecer junto dela.
A festa de formatura dela e eu e meu noivo irmos ou não, na verdade, foi um grande equívoco da minha parte, pois quando ela disse que tudo o que queria era que estivéssemos lá e que não ligava para roupa, ela não quis dizer que queria que eu fosse mal vestida, nada disso. O que aconteceu é que um monte de culpas e medos meus vieram à tona, e com isso eu não consegui escutar o que ela queria me dizer.
Conversamos também sobre a minha relação com meu noivo, sobre a minha superproteção em relação a ele. Ela está certa, ele mesmo já havia me alertado de que eu o superprotegia, de que o blindava de qualquer pessoa, até mesmo dela.
Um exemplo da superproteção? Não gosto muito de ar condicionado. E com ele eu sempre durmo com o ar ligado. Com ela eu quase sempre não durmo com o ar ligado, embora saiba que ela adora o frio.
Outro exemplo? Eu sempre gostei de dormir do lado da parede. Com ela eu sempre durmo deste lado. A ele eu quase sempre digo que durma do lado da parede.
Podem parecer coisas bobas, mas tenho que reconhecer que eu sentiria, e muito, se estas bobagens fossem comigo. Então, é natural que eu reconheça que andei errando a balança do equilíbrio, e mais natural ainda que eu tente passar a acertar.
Obrigada, meu bom Deus, por sempre me trazer a possibilidade de reinventar e construir um caminho mais acertado.
E mais obrigada ainda pelas duas pessoas que amo mais que tudo nesse mundo.

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