quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Tempestade do Ca...!


Puta merda! Que sufoco! Ainda bem que o pior passou.
Me senti atropelada, foi muito, muito forte.
Meu noivo não foi conosco, está doente.
Minha filha me chamou para irmos ao cinema, nós duas, pois antes os planos eram irmos nós três.
Me precavi para ir com ela, guardei pontos para levar um sanduiche para o cinema e, na volta, pontos para não dormir com fome.
Saímos de casa 18h50, o cinema seria às 19h35. Trânsito engarrafado, quando chegamos perto do shopping vimos a fila enorme de carros para entrar lá, perderíamos o cinema.
E minha filha: bla, bla bla bla, bla bla bla, porque meninos, porque fulaninho, porque eu e as meninas marcamos de ir para tal lugar, porque foi muito bom sair, porque meninos, bla, bla bla bla, bla bla bla.
E eu ficando cada vez com mais fome.
Fomos para outro cinema próximo, mais meia hora no trânsito, nada, lotado.
E minha filha: porque tal menino é um gato, bla bla bla bla bla bla.
Fomos para outro shopping, entre engarrafamento e tentar achar uma vaga para estacionar, descemos lá às 20h20, o filme seria às 20h45. Nesse lugar o ingresso é vendido na praça da alimentação, e a sessão já estava lotada.
E eu cansada e com fome.
Minha filha queria jantar, lanchar, e foi para uma fila enorme na Subway.
Minha fome estava me corroendo.
Vou ao banheiro, na volta ainda tinha umas cinco pessoas na frente dela.
E o ambiente, o cheiro de comida, a multidão de gente, a fome desesperada sem um lugar vazio em que eu pudesse comer meu sanduiche...
Converso com ela e digo para ir para outra opção de venda, ela vai e fica calmamente escolhendo o que vai comer.
Eu subindo pelas paredes de fome, de multidão de gente, de falta de onde sentar, de excesso de opções para soltar a compulsão, fome, fome, fome, só esperando um deslize mínimo para abrir a porta para o monstro se soltar...
Reclamei porque minha filha estava demorando, ela, do alto do seu salto, linda, alta e magra (sim, ela é tudo isso), diz:
- Deixe, vamos embora?
Aaaahhhhhh, meu cansaço, meus pés ardendo de dirigir, minha fome estratosférica, respondem:
- Você não podia escolher mais rápido não? Cinco pessoas passaram na sua frente!
E ela:
- Mãe, você não vai fazer uma cena aqui, vai?
E eu:
- Vá à merda!
Saio andando, pisando duro, pago o estacionamento, não falo nada, chego em casa e choro. Como meu maldito sanduiche e agora estou aqui, tentando digerir essa sensação de ter sido atropelada.
Repenso, me recupero, chamo ela para conversar. Ela, como sempre, segura de si:
- Você não explicou nada, eu não tinha como entender.Você foi grossa, bla bla.
E, como sempre, ela tem alguma ou muita razão, é mais correta, mais dura que eu.
Nessas horas, não me enxergo mãe de uma mulher de 17 anos, quase 18. Muito menos me sinto responsável o suficiente para ter 40 anos.
No final, estou exausta.
Vou dormir.
PS: Mas sair da dieta e dar espaço para a compulsão me fazer comer?
Nem que eu tenha uma turica de vontade!
Compulsão: FODA-SE.


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