domingo, 31 de julho de 2011


Não dou conta da minha vida!
Saí da dieta, voltei pra dieta.
Arenguei por besteira, mas eu e meu amor estamos muito bem de novo.
Está acontecendo um monte de coisas, mas são rápidas demais, quase não consigo acompanhar, e quando penso em escrever aqui, já passaram. E olhe que falo apenas da minha vida, apenas do meu umbigo! Os acontecimentos apenas na esfera da minha vida estão tão rápidos que eu mesma, se abstrair, consigo ver de fora de mim, minha vida e seus acontecimentos passando por mim como um carrossel que não consigo acompanhar.
É com esse sentimento, do que acabei de ler no blog de Guilherme, que estou agora.
Nas últimas três semanas aconteceram tantas coisas!
- Vou mudar para o setor que eu queria. E quando consegui e acertei tudo, outro setor e que eu queria mais ainda me chamou, e agora estou com os dois pombos na mão e sem saber qual vou escolher. Sei que isso foi fruto do que eu procurei e batalhei por quase dois meses. Mas agora, de repente, me sinto atropelada porque já na segunda tenho que dizer o que quero.
- Passei muito tempo de cabeça quente com um trabalho da pós, entregamos ele na quinta passada, já estamos nos preocupando e gastando tempo para resolver sobre o novo trabalho a ser entregue.
- Do sábado passado até este, fiz 24 horas extras no trabalho! Claro que valerá o dinheiro que virá, mas me senti esgotada.
- Segunda-feira fui ao aniversário do pai de uma amiga. Já viajei para a fazenda deles e andei em seus cavalos trocentas vezes. Aniversário de 84 anos. Da última vez que o vi, há poucos meses, conversamos um pouco. Mudou tanto em tão pouco tempo! Só por alguns poucos segundos ele me reconheceu, depois ficou como está, alheio, perdido entre estar aqui e já estar se preparando para partir.
Leio muitos prontuários de pacientes, li muitos esta semana. E todos, sem exceção, quando estão perto de morrer se distanciam, ficam com o olhar ausente, não respondem mais a estímulos. Isso me assusta e me conforta, acho que é uma mecanismo de defesa e de preparação.
Ontem li um prontuário de um homem de 31 anos e com linfoma. Torço por cada um que leio para que no final eu leia que teve alta. Comemorei com um pensamento quando li: EGR (estado geral regular), prescrevi alta para continuar tratamento em casa. Só depois é que vi que estava lendo a alta do mês de abril. Para o internamento atual não havia resumo de alta. Ele foi a óbito em 5 de junho. No dia anterior estava conversando, muitos reclamam nesse período, depois simplesmente se desligam, desligam suas percepções, se preparam, então, logo depois vejo que o médico atestou o óbito a tal hora. Assim, simples.
E fico sempre com a sensação de que preciso aproveitar a minha vida. Muitas vezes consigo sentir serenidade mesmo quando entendo que a morte está sempre por perto, muitas vezes sinto paz e fé no que virá para todos. Mas noutras vezes me dá uma vontade de sair correndo e gritando: DESLIGUEM O AUTOMÁTICO DO MUNDO, SEUS BOBOS! A vida tem que ser vivida agora, por você, por mim! E não para nós vermos ela passando num carrossel alucinadamente rápido!
- Enfrentei estar perto da família do meu noivo quando a irmã dele foi embora de vez, com o marido e a filha, para o Canadá. Foi tanto chororô! A irmã dele e a sobrinha ficaram dois meses com eles enquanto esperavam o marido vir buscá-las, e sua sobrinha é um bebê encantador e que trouxe graça e vida àquela casa, aí foi choro e tristeza por quase duas semanas.
- Minha sogra está desde terça-feira hospitalizada com bronquite, todas esses noites meu noivo dormiu com ela, inclusive dormirá hoje.
- Ontem à noite saímos para jantar e comemorar antecipadamente dois anos e três meses de namoro. Foi tão bom e romântico!
- O namorado da minha filha chegou do Rio, eles saíram muito por três dias e ele já retornou.
- Eu saí desesperadamente da dieta esta semana! E ontem de manhã eu e my love entramos no vigilantes do peso. Voltei para o caminho certo com uma bengala de apoio que me fará bem, um dinheiro que será bem pago.
- Na quarta meu noivo veio me buscar para visitar minha sogra e, do nada e sem motivo, me trouxe flores. Adoro surpresa boas!
- Minha mãe adoeceu e tive muito medo de que fosse alguma coisa grave, não foi.
Ixi! Um montão de coisas na minha própria vida! Tantas que nem me atrevo de abrir mais o espaço para tentar dar conta do que está acontecendo em minha cidade e no mundo. Não caberia o resumo aqui.

Um comentário:

  1. O engraçado é que te adicionei aos meus blogs que sigo... e, de fato, não me arrependi.
    Tais discussões sobre a efemeridade da vida, como encaramos esse "fim", etc., são temas que me intrigam, tanto como pessoa quanto pesquisador.
    Na Universidade Federal do Pará, em parceria com o hospital universitário dessa, tem o Laboratório do Luto, que aborda a morte em uma perspectiva multidisciplinar. É aquela coisa que vocês da saúde estão prezando, também.
    Junto de médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, temos sociólogos, antropólogos, filósofos, etc., a fim de elencar as diversas reações ao se encarar essa "partida", ou como dizem os existencialistas, o o homem é um "ser-para-a-morte".
    Sei lá, o Mario Quintana tem um poema muito fofo, mas sou vou citar o fim dele: "[...] A morte é a coisa mais antiga do mundo
    E sempre chega pontualmente na hora incerta...
    Que importa, afinal?
    É agora a única surpresa que nos resta!" - (Virá bater à nossa porta?).
    Sim, ela virá bater à nossa porta.

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