domingo, 25 de dezembro de 2011

Natal, e eu me estranhando dentro de mim mesma

Ando louca. Será que vai melhorar? Ainda não sei.
Acho tudo ao meu redor feio. Acho a vida dos outros muito mais feliz que a minha.
Sei que tudo isso são construções só para me sacanear, mas continuo me sacaneando assim mesmo.
O jantar de natal na casa do meu noivo, da metade para o fim foi ótimo. O começo foi difícil.
A parte da família que foi convidada já estava instalada na varando quando chegamos, então, ficamos na sala, eu, meu noivo, o pai dele, minha filha, a mãe dele, sem muita conversa, esperando o momento em que a irmã iria entrar na internet para conversar conosco.
Nesse momento chega o outro ex-marido da minha sogra e fica sem ter onde sentar.

Quando me dou conta: está minha sogra deitada em um quarto com o ex marido ao computador. Ela chorosa porque a filha que mora longe resolveu se separar do marido... ela se colocando no lugar do coitadíssimo do genro (isso mesmo, ela está do lado do genro!), ela se coloca no lugar dele porque acha a situação parecida com quando ela foi abandonada com dois filhos pequenos pelo meu sogro. E coloca a filha no lugar do meu sogro, como se ela estivesse abandonando o esposo (que ela imagina ser ela)... isso é muita viagem!
Num outro quarto estou eu e minha filha deitadas e chegam meu noivo e meu sogro, que também está se sentindo excluído, e ambos começam a falar da separação da família em grupos de conversar etc.
E eu meu acho tão louca! Me vejo como a família Adams recebendo convidados. E chamo os três para irmos nos enturmar lá na sala. Fomos eu, meu noivo e meu sogro, minha filha resolveu ficar deitada.
FINALMENTE A CONVERSA COMEÇA A FLUIR NORMALMENTE!

Com mais uma meia hora meu sogro foi embora, minha filha foi para a casa de uma amiga lá perto conversar, e minha sogra chega chorosa dizendo que está triste porque a filha está abandonando o marido. O que eu podia dizer?
- Sogra, sua filha e sua neta estão bem, vai ficar tudo bem.
E ela:
- Estou muito triste por meu genro, que está sofrendo muito, choramos muito ao telefone esta semana, minha filha o abandonou como o pai dela me abandonou no passado e isso é muito triste.
E o que eu poderia dizer?
- Sogra, ele vai superar tudo isso, claro que vai, e ambos vão viver suas vidas em paz.
Daí, não sei que aconteceu, mas minha sogra voltou para o terraço, e nós também, chegaram mais dois convidados e a noite transcorreu ótima. FINALMENTE!

Eu estou uma pilha vazando, instável, perigosa, na verdade mais perigosa para mim mesma.
Estou achando a minha vida instável, insegura, sem sal. Estou com medo, um medo do futuro, de não ter futuro, de não ter onde morar, de nunca ter independência financeira, mesmo tento alguma.
Olho as pessoas e acho que elas são mais felizes, que têm mais sucesso, que têm mais certezas, e me sinto muito mais insegura.
Estou com dificuldade de enxergar a minha vida e de fazer planos, e de acreditar que sou feliz com a vida que tenho.
Perdi a segunda gravidez. Meu noivo me disse que não me preocupasse, que se for da minha vontade venderemos o carro dele e faremos o tratamento que for necessário. Já me informei com uma amigo que o fez, procurei saber valores. E até acredito que faremos isso. Mas, antes, quando estávamos nos digladiando, falei e ouvi coisas duras e que tiveram apenas o intuito de ferir. Disse que não éramos um núcleo familiar, que ele era apenas meu namorado e assim seria sempre. O magoei. E ouvi que ele tinha muita vontade de ter um filho, mas que queria mais ainda ficar ao meu lado, mesmo sabendo que provavelmente teria que abrir mão de ter um filho, pois achava que não teríamos, e que nem por isso me deixaria. Ele já pediu desculpas, já deixou claro que o intuito foi apenas me magoar e me ferir porque eu o magoei e o feri, mas isso, neste momento de segundo aborto, não sai da minha cabeça. Sinto insegurança e distanciamento.
Tenho medo do futuro e descrença nesse futuro.
Em breve, talvez em seis meses, deveremos ser indenizados pela desapropriação da loja e teremos que sair da casa alugada em que moramos, seremos desapropriados em função de um viaduto para as obras para a copa de 2014.
O que acontecerá? Eu não sei. Soube ontem que o apartamento novo da minha irmã e seu esposo sairá em 2014, e para comprar a fazenda que meu cunhado quer eles precisarão vender o apartamento em que moram. E soube ontem que ela pretende alugar uma casa maior para ficarmos todos nesses dois anos enquanto o apartamento dela não sai. Isso será estranho. E mais que tudo demonstra que será, também, o prazo que terei para tomar coragem e arranjar dinheiro para ter minha própria casa com minha filha. Sinto um nó me apertando o pescoço. Tenho pouco tempo.
Meu relacionamento com minha filha também anda estranho, eu ando estranha. Sei que ela deseja que eu vá para frente mas, neste momento, como? Não sei andar rápido. Cada passo em frente demora demais, só os outros galgam caminhos, eu apenas me movo devagar.
Talvez o caminho seja estudar para outro concurso, talvez seja fazer mestrado para aumentar mais o salário. Em janeiro termino a monografia, devo então tentar o mestrado ou outro concurso?
Seja qual for o caminho, financeiramente estarei sozinha, e ainda não sou forte. Meu noivo, por vários motivos, continuará morando com a mãe dele. Ambos dependem um do outro, financeiramente e afetivamente.
Será que conseguirei ganhar mais? Passar em outro concurso? Fazer um mestrado? Ter outro filho? Sustentar e criar este outro filho? Onde? Dentro da casa dos outros? Terei minha própria casa? Terei meu próprio carro? Conseguirei independência financeira?
Meus passos são muito lentos e os dos outros são de três em três.
Estou com medo.

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