domingo, 1 de janeiro de 2012

dia 31 de dezembro de 2011

O último dia do ano foi bom, é. Bom.
Na véspera de natal fiz em casa mesmo tudo o que faria na loja de meus pais.
Na véspera de ano novo fui trabalhar na loja, deu para ir, e fui muito bem recebida por todos os funcionários que vieram me ver ou falar comigo. Uma disse que eu estava fazendo falta comandando os doces e me beijou, outra veio dizer que não gostava de me ver calada, outro me chamou para almoçar assim que fez o almoço. É bom se sentir querida, quando a gente está nesse estado meio sonolento de tristeza esquece de como era, esquece que fazia brincadeiras e animava o ambiente, simplesmente eu me esqueci de como sou normalmente, as vezes me lembro através dos comentários de outras pessoas, ou me lembro quando faço alguém rir com um comentário meu no meu atual estado de espírito.
Durante a semana fiz uma viagem curta com uma amiga, eu, ela e o marido, além da filha dela, nos damos muito bem e fui recebida com carinho e amizade. Foi muito bom.
Outra amiga me magoou, mas amigos se magoam as vezes, mas ainda estou sem acreditar: ela me ligou para desejar feliz ano novo e perguntou por mim, como eu estava, eu disse que andava triste mas que estava melhorando, e mudei o assunto para perguntar sobre ela, que havia estado doente com infecção urinária, e pedi desculpas porque da última vez que nos falamos tive que desligar porque a minha terapeuta havia me chamado. Pronto, abri brecha para um inquérito:
- Terapia? Onde, quanto, é boa, está te fazendo bem? Também estou querendo fazer.
E eu expliquei tudo o que ela queria e me ofereci para ir com ela.
E daí começou o interrogatório, e olhe que eu havia dito que estava numa fase tristonha mas que iria passar e me voltei preocupada com ela, que mudou o assunto e deu um jeito de continuar:
- E 2012? Vai estudar para outro concurso?
- Quais são seus planos?
- Ou vai focar com tudo em tentar ter outro filho?
- Já receberam o aviso de desapropriação da loja?
- Seus pais vão abrir em outro lugar?
- Já sabem onde vão morar?
- Você já está podendo subir escadas para vir aqui? Precisamos nos ver! Você está podendo sair?
E eu me sentindo bombardeada, respondo sim, não, não sei ainda, minha médica será na quarta-feira... e ela insistindo, até que eu disse, mulher, hoje eu ainda não sei de nada, hoje eu não sei de nada ainda. E ela:
- Pôxa, melhore, viu? Então,feliz ano novo, bla bla blá...
E eu respondo com bla bla blá e desliguei magoada.
À noite minha mãe tinha providenciado jantar, que veio da loja, e minha irmã e família, meu irmão e namorada, meu noivo e meu sogro, vieram para cá. Foi tranquilo, leve, familiar e aconchegante. Acabou umas 22h e eu, meu noivo e minha filha fomos olha os fogos na praia.
Minha filha de cara fechada de sono, meu noivo carinhoso e eu tentando desesperadamente não me entristecer. Vimos os fogos e voltamos para nossas casas. Foi bom.
Hoje de manhã minha mãe me beijou de novo, achei estranho e bom ela me tratando com mais carinho que o habitual. Logo em seguida me lembrei de uma frase que meu pai disse uma vez (essa frase é americana): "não existe almoço de graça".
Enquanto eu organizava um pouco da casa com ela, ela me falou que amanhã o caixa da loja estará de folga e que ela estará ocupada organizando a loja. Eu respondi que não poderia ir, que não estava pronta para atender clientes no balcão e sorrir para eles. Então ela me falou para eu dizer para minha filha ir, e eu respondi:
- Mãe, converse com ela você, eu não vou fazer isso.
Minha mãe agiu como se minha filha fosse uma extensão de mim, como: se eu não posso ir para a loja, é obrigação minha arranjar quem vá no meu lugar.
Não é obrigação minha ir para a loja, estou de licença de saúde do meu trabalho, e estou e tenho o direito de ter tristeza ou depressão ou o que caralho seja o que eu estiver tendo.
Então, ela começou a dizer que o caixa da loja, a partir da próxima semana estará de férias... e e eu cortei explicando que voltarei a trabalhar daqui a duas semanas, e que terei este tempo para fazer a monografia.
E ela disse:
- Eu quero viajar no final de semana que vem, então, será necessário você ir para a loja.
E eu respondi que não estava pronta para trabalhar no balcão da loja, não estava pronta para sorrir para os clientes que estão acostumados comigo no final de semana, disse que se ela não pudesse conversar para meu irmão ir, eu sentia muito mas não dava ainda para eu fazer isso.
Então ela me respondeu com uma pérola inesquecível:
- MAS ELES NÃO ESTÃO SABENDO O QUE ACONTECEU COM VOCÊ...
Que Deus me perdoe, se puder, mas que filha duma...! Isso me magoou tanto! Isso foi de tanto egoísmo! Senti que ela estava pouco se lixando, se os outros não sabem o que eu estou sentindo, então, eu que me vire para fazer o que tem que ser feito para ela viajar.
Filha duma!!!
(aqui, só eu posso xingar.)

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