terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Psiquiatra


Fui ao psiquiatra hoje de manhã logo cedo. Gostei dele.
Calmo, atencioso, marcou às 7h e chegou no consultório 6h45 da manhã. Fui a segunda a ser atendida, saí de lá umas 7h30.
Expliquei o que venho sentindo:
Insegurança.
Ansiedade.
Compulsão alimentar. Compulsão à mil, mesmo sabendo que deveria estar preocupada em sair da diabetes gestacional e sei que não estou fazendo nada para deixar de ficar diabética para sempre.
Falei para ele que tinha aberto a porta para a compulsão para que ela me ajudasse a superar a tristeza que andava sentindo. E, de fato, em relação ao meu ânimo me sinto relativamente bem.
Sábado voltei a trabalhar na loja de meus pais, mas tive um momento em que me isolei para chorar, pois era exatamente daquilo que eu estava fugindo: os clientes gostam de ser ouvidos (e eu sou um bom ouvido), me contam suas vidas, querem que eu participe de suas conversas e os ouça, e eu ainda não estava preparada para aquilo, para me doar, para ouvir, para sorrir e encorajar. É quase engraçado enxergar o quanto os clientes precisam de alguém que os ouça, mesmo que seja apenas no tempo em que esperam que recebamos a conta ou enquanto esperam alguém se servir. Mas não importa, terei que continuar indo e ponto.
Conversamos um pouco. Ele disse que o meu esclarecimento e consciência sobre o que está acontecendo é bom, mas que isso pode me ajudar, ou não.
É, de fato tenho consciência do mecanismo de auto-punição, auto-destruição, mas tenho mais consciência ainda de que não estou conseguindo desligá-lo sozinha.
Então, ele receitou fluoxetina 20mg, para tomar pela manhã, para ajudar a diminuir a sensação de ansiedade e insegurança.
E associou bupropiona, 150 mg, para tomar um comprimido após o almoço para ajudar a controlar a compulsão alimentar.
Os dois medicamentos irão aumentar as minhas despesas em R$100,00 reais por mês.
Vamos ver, vou pagar para saber a resposta.
Espero realmente que me ajudem, caso contrário, nem eu sei onde vou parar. Aliás, até sei, mas não gosto de enxergar esse futuro sombrio.
Vou batalhar junto com os medicamentos, vou apostar em mim. Eu espero.
Minha filhota linda amada chega hoje depois de um mês de merecidas férias na praia. Ela chegará feliz e vitoriosa pelo vestibular e é claro que eu fico feliz junto. Mas eu posso negar para todos, menos para mim: ela chegar agora, num momento em que me debato em minha neuras, me sobrecarregará. Ela vai chegar cheia de novidades e conversaremos durante horas, e durante algum tempo adorarei isso, depois, inevitavelmente, me sentirei dando mais do que posso dar neste momento. Ainda bem que virão as prévias de carnaval e tantas outras festas que a manterão ocupada enquanto eu organizo minha cabeça.
Não estou louca, só um pouco desequilibrada.

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