domingo, 17 de junho de 2012

Esperança e Recomeço

Há duas semanas pedi para voltar. Ele aceitou imediatamente, ainda bem.
No começo ficamos ambos inseguros, com um pouco de medo, nos medindo, tentando entender o que aconteceu e chegar a um consenso, conversando, e ao mesmo tempo veio uma imensa vontade de ficar juntos, uma necessidade visceral de fazer amor e estar juntos fisicamente e emocionalmente.
Ao mesmo tempo aceitei o que ele me propôs, entramos na terapia de casal. Fomos à primeira sessão e foi interessante, chegamos lá completamente apaixonados e saímos um pouco ressabiados, passamos uma meia hora para voltarmos ao normal. A terapeuta disse que era importante deixar os sentimentos ruins lá mesmo, no final da terapia, e assim tentamos fazer. E assim estamos nos entendendo mais, nos respeitando mais.
Eu estava conversando com uma tia da qual eu gosto muito, ela é espírita, e eu já vinha conversando com ela há muito tempo. Meu sentimento é de que espiritualmente encerrei totalmente minha dívida com ele, e esse sentimento é tão claro! Deixei de sentir a vontade maternal que eu sentia de protegê-lo e cuidá-lo, e supri-lo mesmo quando isso me prejudicasse. Hoje existe o amor mulher x homem, o amor maternal foi embora.
Vivemos intensamente esses três anos, e de agosto a dezembro do ano passado sofri dois abortamentos espontâneos e em função disso fizemos exame de cariótipos. E esse exame, que mostrou alteração genética no cariótipo dele, serviu de libertação e explicação para quase tudo o que ele vinha sofrendo e sentindo ao longo de toda a sua vida. E também serviu de arma para batalhar na justiça por algo que ele sempre se culpou. E ainda para ele conseguir se posicionar perante a mãe.
E depois de tudo isso, depois de tanto sofrimento em função desses dois abortamentos e do que vinha acontecendo, simplesmente meu amor maternal foi embora.
Hoje o sinto e o vejo como um homem, o homem que eu quero em minha vida. É claro que existem outros homens e outras mulheres, e ambos acordamos para isso durante esse mês em que ficamos separados, mas queremos ficar juntos, nos amamos.
E que dê tudo certo, assim queremos, assim pedimos proteção e força a Deus e aos anjos amigos.
Obrigada por tudo, meu bom Deus.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Tristeza

Hoje estou com muita saudade, está muito difícil não pedir para voltarmos.

É uma saudade doída, que machuca e não me deixa em paz.

Acho que a mágoa e o medo que eu vinha acumulando até agora estão se dissolvendo e volto a enxergar o meu amor. Só que isso dói, é uma sensação horrível de falta, de querer junto. Mas como, por quê?

Para voltar para o mesmo ambiente, para sofrer as mesmas coisas, para me sentir diminuída de novo, para acreditar completamente e de novo ver que a visão dele não era a que eu acreditava, para ver de novo o meu lugar de companheira sendo esquecido? Para ser diminuída por ele, pela mãe dele? Para não ter meu espaço respeitado por nenhum dos dois?

Ultimamente temos nos falado, choramos juntos no telefone, hoje pela primeira vez não consegui me controlar e liguei deixando claro que estou me acabando de saudade, mas não consegui baixar a guarda ao ponto de admitir vê-lo, pois sei que inevitavelmente nós voltaríamos e depois, quando eu me sentir forte de novo, vou voltar a sentir medo de ser magoada e vou voltar a ficar na defesa.

Estou magoada, machucada, com medo, decepcionada. E se voltássemos agora sei que por um tempo, talvez até curto, tudo ficaria bem, mas em pouco tempo, no meio igual ao de sempre e nas mesmas condições de sempre, tudo voltaria a acontecer novamente.

Espero que esse afastamento nos amadureça, que o amadureça, que ele se torne um homem e deixe de ser um menino mimado, e que saiba acolher perante os outros a sua mulher, ao invés de deixá-la sozinha tentando convencê-lo a defendê-la.

O que acontecerá no futuro? Eu não sei, só sei que não quero passar pelo desamparo que senti, não quero sentir a decepção que senti.

E essa saudade e falta, que porra eu faço com ela?